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Música Moderna - Modernismo
16/03/2013 12:37Música Moderna – século XX
O século XX surgiu como a era das experiências, da procura de novas técnicas e de novos caminhos para a arte em geral.
Como o Romantismo explorou ao máximo as possibilidades tonais, o século XX trouxe para a música mudanças em relação à sonoridade, que resultaram da aplicação de novas técnicas de composição e de instrumentos com sons inovadores e tecnológicos. Neste contexto surgem assim os primeiros instrumentos electrónicos (guitarra eléctrica e sintetizador) ligados, numa primeira fase, à música Pop e Rock e, numa segunda, a outros géneros musicais.
Há uma maior tendência para valorizar as culturas extra europeias, mas, é de referir, que este fator foi impulsionado pela evolução dos meios de comunicação. Outro facto importante, foi o aparecimento da gravação que abriu um novo mundo para a produção musical.
A procura de novas sonoridades fez com que alguns compositores explorassem sons de variados objetos e utensílios para os transformar em instrumentos musicais.
Também os instrumentos convencionais são transformados e devidamente preparados de forma a alargar as suas possibilidades tímbricas e sonoras, pois, é importante saber que o timbre é talvez o parâmetro da música mais valorizado deste período.
Houve então uma renovação na linguagem musical devido à procura de novos timbres, novas harmonias, novas melodias e novos ritmos assim como o aparecimento de novos métodos de composição musical.
Com a procura e o desenvolvimento de novos sons, a forma de composição musical foi progressivamente abandonando o uso das oito notas da escala. Com isto, deu-se a ausência da tonalidade definida, a que se chamou de atonalidade, e começaram a escrever-se obras a partir da utilização de uma série de 12 notas que consiste na técnica do dodecafonimo.
O dodecafonismo (do grego dodeka: 'doze' e fonos: 'som') é um sistema de organização de alturas musicais criada na década de 1920 pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg.
No dodecafonismo as 12 notas da escala cromática são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica. As notas são organizadas em grupos de doze notas denominados séries as quais podem ser usadas de quatro diferentes maneiras; 1) série original, 2) série retrógrada (a série original tocada de trás para frente), 3) série invertida (a série original com os intervalos invertidos) e 4) retrógrado da inversão (a série invertida tocada de trás para frente). Todo o material de alturas utilizado em uma composição dodecafonica, seja melódico (estruturas horizontais) quanto harmônico (estruturas verticais), deve ser originado com base na série.
História
Como o esgotamento do sistema tonal no início do século XX os compositores buscaram maneiras alternativas de organização das notas musicais, posteriormente denominadas atonalismo, que não fossem baseadas na polarização de um eixo harmônico central como ocorre no tonalismo. Schoenberg compôs algumas peças desta maneira, porém, logo considerou o atonalismo demasiadamente sem regras. Construiu, então, um método para organizar os doze tons da escala cromática igualmente. Essa técnica foi apresentada como "sistema dos 12 tons", que logo ficou conhecida como dodecafonismo serial.
Décadas depois, compositores como Pierre Boulez e Milton Babbitt ampliaram o conceito original e criaram o serialismo integral. Nesta variação da técnica todos os parâmetros musicais, como duração, timbre, altura e intensidade são ordenados segundo os princípios elaborados por Schoenberg.
Dodecafonismo no Brasil
No Brasil, o dodecafonismo foi introduzido pelo compositor Hans Joachim Koellreutter. Foi amplamente utilizado no Brasil por diversos compositores como Guerra Peixe, Edino Krieger, Cláudio Santoro, José Penalva. O serialismo integral, por outro lado, foi objeto de estudo de Clodomiro Caspary em seu livro "Serialismo Integral - Parâmetros" além de ter sido utilizado em obras do referido compositor. Na música popular, um dos maiores nomes do estilo é o paranaense Arrigo Barnabé.
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